Quem somos nós

São Paulo, SP, Brazil
Este blog é um diário do Teatro Vocacional, projeto do Núcleo Vocacional, que conta ainda com Dança Vocacional e Música Vocacional, da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo em parceria com a Secretaria Municipal de Educação de São Paulo. Aqui você encontrará informações das ações desenvolvidas no Núcleo Vocacional de interesse do vocacionado e do público em geral.

VOCACIONAL VAI AO TEATRO


Nossa próxima ação se efetiva através da parceria com a

Cia Pessoal do Faroeste.

Os vocacionados poderão assistir o espetáculo


“Os Crimes do Preto Amaral”.

O agendamento inicia-se nesta sexta-feira, dia 05/10, a partir das 15h, e deve ser feito diretamente no N.T.D.V. e pode ser por telefone (3334-0001 ramal 1904 e 1905, com FELIPE PINHEIRO). Basta ligar informando o número de ingressos para reserva e o nome do responsável que irá retirar os ingressos na bilheteria do teatro até meia hora antes do horário da apresentação. São APENAS 10 lugares por dia.

Dia: 05, 06, 07, 12, 13, 14, 19, 20 21, 26, 27 e 28 de outubro.
Horário: sexta-feira e sábado às 21h / domingo às 19h.
Local: Teatro Imprensa, Sala Vitrine. Rua Jaceguai, 400 - esquina com a Brigadeiro Luis Antonio.

OS CRIMES DO PRETO AMARAL
CONTA A HISTÓRIA DO 1º SERIAL
KILLER BRASILEIRO PARA O TEATRO EM SP
Projeto selecionado pelo edital de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo / 2006 da Secretaria Municipal de Cultura da Cidade de São Paulo, Os Crimes do Preto Amaral tem apoio do Museu da Energia, Fundação da Energia e Saneamento, FUNAP (Fundação de Amparo ao Preso) e o IDDD (Instituto de Defesa ao Direito à Defesa).
Durante a fase de produção da montagem, o grupo, que tem um viés social em seus trabalhos, aproveitou o tema da peça para desenvolver oficinas artísticas, no Museu da Energia, com ex-presidiários e população carente da região. Dessas oficinas foram selecionados o estagiário de produção do espetáculo, o eletricista e o segurança do espaço.
O ponto de partida para a montagem de Os Crimes do Preto Amaral foi a tese apresentada por Paulo Fernando de Souza Campos em seu doutoramento na Universidade Estadual Paulista - UNESP. O estudou analisou crimes ocorridos na passagem de 1926 para 1927, atribuídos a José Augusto do Amaral (que morreu sem ser julgado) e conclui que o fato de o acusado ser negro contribuiu para sua condenação. Na época, muitos acreditavam que os negros e os pobres eram violentos e tinham herdado essa característica de seus antepassados. Mentalidade desenvolvida a partir do darwinismo social que culminou no nazismo. Curiosidade é que o caso envolvendo os crimes de Preto Amaral está no Museu do Crime, da Usp.


Orfeu e Eurídice na década de 20


Seguindo uma característica presente em todos os trabalhos da Cia Pessoal do Faroeste, que se inspira em mitos clássicos ou contemporâneos para montar suas peças, o texto de Os Crimes do Preto Amaral é baseado na história do mito grego de Orfeu (apaixonado pela ninfa Eurídice, Orfeu vai até o inferno para buscá-la, após sua amada morrer picada por uma serpente). "Na realidade, a história de Preto Amaral serve de pano de fundo para a construção da dramaturgia. Pode-se dizer que ele é a serpente que pica Eurídice e a tira de Orfeu. A relação do casal, o conflito entre suas opiniões e ideais acabam se transformando no foco da trama", explica Paulo Faria. Na peça, Preto Amaral também vira personagem da novela de suspense que o jornalista Hemineu de Carvalho escreve na redação do jornal de sua poderosa famíla.
Os únicos personagens históricos reais do espetáculo são Preto Amaral e as mães das vítimas de seus crimes. O restante é inspirado em figuras que fazem parte da história de Orfeu e personagens da história de São Paulo. Transposta para a década de 20, época retratada no espetáculo, a personagem Eurídice é uma jovem advogada contrária à doutrina da eugenia (crença em que a violência é transmitida geneticamente, por isso, criminosos precisam ser esterilizados), defendida pelo clã de Dr. Apollo de Freitas, propagador da idéia da eugenia no Brasil. Dr. Apollo é pai do médico Dr. Orfeu de Freitas, e noivo de Eurídice. No dia do casamento do casal, a jovem advogada fica sabendo do caso de Preto Amaral e, indignada com o fato do homem não ter tido uma defesa e ser pré-julgado, assim que retorna da sua lua de mel, resolve assumir o caso, indo contra seu marido.


Sobre a Cia Pessoal do Faroeste

Criada há nove anos, a Cia Pessoal do Faroeste tem como principal fonte de pesquisa a vida social e política do povo brasileiro, por meio do seu imaginário popular e de sua cultura. Sua primeira montagem foi Um Certo Faroeste Caboclo (inspirada na história da música homônima do Legião Urbana), que recebeu o prêmio Teatro Jovem Coca-Cola (Pananco) para melhor direção (Paulo Faria) e melhor coreografia (Luís Miranda), além de indicações para melhor música (Eliseu Paranhos), espetáculo e texto (Paulo Faria). Outras peças montadas pelo grupo foram: Rei dos Ventos, Sabiá, A Mulher Macaco (Prêmio Nacional Plínio Marcos de Dramaturgia/2000) e Re-bentos (2002). Além disso, a companhia também tem no seu currículo uma peça infantil, O Índio (2005), inspirada em uma música homônima de Caetano Veloso, com músicas de Tom Zé.